sábado, 14 de abril de 2012

FIM DE CASO

Todo final de relacionamento traz uma dor que parece ser eterna.
Não é aquela dor física que tomamos um medicamento,
ou colocamos a mão para amenizar.
É a dor que rasga, corrói, estraçalha lentamente,
sempre mais e mais...
O coração sangra atormentado pelo cérebro .
Um chora enquanto o outro só lembra.
A frequência dos batimentos cardíacos aumentam na velocidade
das imagens friamente projetadas.
É o fim de desejos não atendidos e sonhos irrealizados.
Os sentimentos misturam-se..
Tristeza, saudade, raiva, medo, frustração,
insegurança e desespero.
Surge a vontade de revidar e fazer com que o outro coração
sinta a mesma dor.
O orgulho e a decepção tomam conta da razão.
O apego confunde-se ao sentimento de posse.
Nos desencantamos com o que projetamos
ou idealizamos no parceiro sem que na maioria
das vezes tenhamos definido a real essência
do que desejávamos.
Sentimo-nos no meio de uma grande conspiração
onde conhecidos tornam-se "inimigos".
Perdemos por vezes a oportunidade da descoberta,
da observação e análise de todos os comportamentos,
incluindo o nosso próprio.
Não foi o amor que fracassou e sim
nossa capacidade de amar.
Como o amor, o maior dos sentimentos,
repentinamente vira mágoa, raiva,
defeitos e estimula comportamento
radicalmente diferente daquele pelo qual foi seduzido?
Como passamos a criticar levianamente parte da
pessoa que nos encantou?
O amor convive com nosso interior numa total confusão
ocasionada por nosso ciúme, nossa insegurança,
nosso orgulho e nossos apegos .
O amor não deixa marcas doloridas.
Amor não vira rancor.
Sentimo-nos rejeitados como se não fôssemos amados
com a mesma proporção que amamos.
Quando há o término de um relacionamento maduro é
 natural sentir tristeza momentânea e
até um inconformismo.
Mas o coração é reequilibrado ainda que arranhado.
Esse mesmo coração não se fecha, ele se fortalece e retoma sua coragem de voltar a amar sempre ou de novo.
O amor perdoa, segue em frente e muitas vezes desejando
encontrar a mesma estrada que encheu de luz nossa vida.
Quando é amor e não hábito...
Quando nos permitimos estar abertos ao amor nos
libertamos de sofrimentos.
O que nos causa dor é a nossa incapacidade de conviver,
de ceder, de tolerar, de comunicar
e de sairmos do nosso perfeccionismo
para viver uma relação fundamentalmente amorosa.
Falta a coragem de assumir a vida com
a possibilidade de desfrutar a felicidade.
O desperdício da vida é não arriscar a voltar a amar.
Ainda que correndo todos os riscos.
O maior relacionamento amoroso é o que você tem
com você mesmo.
Sendo assim, como se negar ao amor?
Como temer a felicidade?
Numa perda pode surgir uma grande descoberta.
Como arriscar não se decepcionar pela própria vaidade
de sempre vencer?
O verdadeiro amor surpreende e determina
que curso dar à nossa vida, ainda que seja
uma nova vida.
Assim ,uma mariposa reconhece a intensidade da luz que a aquece..
Quando a faz rodopiar ou permite que haja ameaça
de a esmagarem é hora de novos vôos...

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